quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Paulo Leminski




Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Sôo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.

Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis a luz que se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.

Paulo Leminski,em: Os Cem Melhores Poemas.

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Felizes os homens que tem as chaves
porque só encontram portas abertas...

Como podem tantos homens dormir sossegados e felizes
de portas fechadas,
quando essas portas se fecham para tantos homens
que ficam sempre ao relento
e nunca podem entrar?

Neste mundo de tantas portas,
quando teremos cada um, a sua chave,
e a sua hora de voltar?...

JG de Araújo Jorge-Brasil

Um abraço