domingo, 27 de fevereiro de 2011

Clarice Lispector

" Quanto a mim tenho que lhes dizer que as estrelas são os olhos de Deus vigiando para que tudo corra bem. Para sempre. E, como se sabe, para sempre não acaba nunca. "

(Clarice Lispector)

Arnaldo Antunes

...
(...) Já não sinto amor,
Nem dor
Já não sinto nada...
Socorro alguém me dê um coração
Que esse já não bate e nem apanha
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos,
Deve ter algum que sirva... (...)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

" ... "

" Uma história de amor talvez seja a tentativa – sempre fracassada – de viver com o corpo aquilo que certa vez fantasiou a alma. Mas não precisa ser assim. Aquilo que o próprio corpo fantasia parece bem mais rico. E possível."

...

Nossas histórias de amor não nos pertencem. Devemos entregá-las, vivê-las como que oferecendo todas as experiências e emoções ao além de nós.

...

Eu sou esse torrencial incontido que transborda para todos os lados, se esvai, deságua para um lado, escorre para outro. Eu quero repousar em algum lugar para finalmente me juntar inteira e sentir meu tamanho. Você pode ser esse lugar?

...

Eu sou esse torrencial incontido que transborda para todos os lados, se esvai, deságua para um lado, escorre para outro. Eu quero repousar em algum lugar para finalmente me juntar inteira e sentir meu tamanho. Você pode ser esse lugar?

...

Eu sou esse torrencial incontido que transborda para todos os lados, se esvai, deságua para um lado, escorre para outro. Eu quero repousar em algum lugar para finalmente me juntar inteira e sentir meu tamanho. Você pode ser esse lugar?

Milan kundera

“O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaustra sólida? Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrai e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados"

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Caio Fernando de Abreu

“Desde que ele se fora, embora eu ouço versos que me falam sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi tudo é cinza. E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar.”

Emmanuel

"O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras." - Emmanuel

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Marla de Queiroz

Quieta, silenciosa, transitando lentamente pela casa, habitando o por dentro amplamente. Organizando meus livros, minhas gavetas internas, desarrumando outros espaços que de tão organizados me impossibilitavam novas manobras. Ouvindo outras músicas, conhecendo outros ritmos, respeitando o meu. Que me importa se é quase carnaval e todos os blocos estão na rua? Quero é o aconchego da quietude, da minha cama quente, o barulhinho frenético do teclado do meu computador. E essa musiquinha calma que me embala, sussurra. Nada grita, nada desagrada, não há desconforto; apenas estou quieta, observando, percebendo outras sensações que não as já tão conhecidas. Comendo quando tenho fome, dormindo quando sinto sono, lendo pra me alimentar do que gosto, escrevendo quando posso, enfim, desfrutando o aconchego do meu próprio colo…Falando pouco, um pouco séria, mas a minha alegria ainda impera, permeia tudo, o estado é de contentamento.
Se estou muito quieta e se recuso todos os convites para a pré-folia, não se incomodem, é a paz instalada no peito, e eu me fazendo a melhor das companhias… Claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, acreditem, existem muitos fantasmas bons.
(E me lembro do que escrevi pra alguém que um dia estava passando por um momento semelhante: que mãos vazias ainda são as melhores para se colher flores…)

Adalgisa Nery

Ouve-me com os teus olhos
Porque a minha queixa é muda.
Acaricia-me com o teu pensamento
Porque o meu corpo está imóvel.
Beija-me com as tuas mãos
Porque a minha boca te espera.
Fala-me com o silêncio dos momentos de amor
Porque os ouvidos da minha vida
Se abrirão como as flores
Na úmida e infinita madrugada.

Olegário Mariano

ESPERA





Esperei-te toda a noite
Em crescente exaltação;
Os meus braços te acenavam,
Os meus lábios te chamavam,
E enquanto esperava, em vão,
Os ramos garajutavam,
Ao luar, teu nome no chão.

Quando veio a madrugada,
Eu tinha a face molhada...
Era de orvalho? Não sei.
Se a água do orvalho é salgada,
Foi engano. Eu não chorei.