sábado, 28 de fevereiro de 2009

Simplesmente Amor

Nesse filme, o que mais me encanta são os
os encontros e despedidas vividas em aeroportos.
Hoje, ao me despedir de minha filha e de minha
mãe me recordei de cada cena , cada
sentimento de amor, amizade e companheirismo mostrado
nele.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Hilda Hilst


"Que boca há de roer tempo? Que rosto/Há de chegar depois do meu? Quantas vezes/O tule do meu sopro há de pousar/Sobre a brancura fremente do teu dorso?/Quan-tas vezes dirás: vida, vésper, magma-marinha/E quantas vezes direi: és meu. E as distendidas/ Tardes, as largas luas, as madrugadas agônicas/ Sem poder tocar-te. Quantas vezes amor/Uma nova vertente há de nascer em ti/E quantas vezes em mim há de morrer".

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ana Carolina



Se há alguém no ar
Responda se eu chamar
Alguém gritou meu nome
Ou eu quis escutar...

Paulo Leminski



Profissão de Febre



Quando chove,
Eu chovo,
Faz sol,
Eu faço,
De noite,
Anoiteço,
Tem Deus,
Eu rezo,
Não tem,
Esqueço,
Chove de novo,
De novo, chovo,
Assobio no vento,
Daqui me vejo,
Lá vou eu,
Gesto no movimento

Roberto Menescal


Música perfeita para se ouvir na caminhada:

"...Um sol dourado
Prateia o mar
O Rio acorda devagar
Felicidade enfim
Verão sem fim
Copacabana
Posto Seis
Bom dia Rio
Arpoador..."

Bom dia!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Noite dos Mascarados, Chico Buarque


- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Arnaldo Antunes / Toni Bellotto


Domingo é dia de:

Família! Família!
Papai, mamãe, titia
Família! Família!
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando a filha
Quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe
Não dão nem um tustão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família!...

Família! Família!
Vovô, vovó, sobrinha
Família! Família!
Janta junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando o nenê
Fica doente
Uô! Uô!
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente
Uô! Uô!
Assim não dá prá ver televisão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

Família! Família!
Cachorro, gato, galinha
Família! Família!
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania...

A mãe morre de medo de barata
Uô! Uô!
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa
Uô! Uô!
Botaram cadeado no portão...

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Familia ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

Itamar Assumpção



Quando estou longe
Quero ficar perto
Quando estou perto
Quero ficar dentro
Quando estou dentro
Quero ficar mudo
Quando estou mudo
Quero dizer tudo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Leitor

Amor, estranho amor...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Arnaldo Antunes


Alegria

eu vou te dar alegria
eu vou parar de chorar
eu vou raiar um novo dia
eu vou sair do fundo do mar
eu vou sair da beira do abismo
e dançar e dançar e dançar
a tristeza é uma forma de egoísmo
eu vou te dar eu vou te dar eu vou

hoje tem goiabada
hoje tem marmelada
hoje tem palhaçada
o circo chegou

hoje tem batucada
hoje tem gargalhada
riso e risada
do meu amor

Cecília meireles

Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.

(Friedrich Nietzsche)

"É necessário ter o caos aqui dentro para gerar uma estrela."

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Café des Deux Moulins,


Marcos Miorinni, do PorEntreLetras, me lembrou de um filme que gosto muito e que tive o prazer
de estar agora, em Janeiro, no Café onde ele foi filmado.

Algumas falas do filme:

" ... tempos difíceis para sonhadores..."


"...Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.

- Em alguém do quadro?

- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.

- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.

- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.

- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem? ..."

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ronaldo Boscoli, O Barquinho

Hoje eu sou essa música, já to indoooooo...

Dia de luz, festa de sol
e um barquinho a deslizar
No macio azul do mar.
Tudo é verão e o amor se faz
Num barquinho pelo mar que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
vai saindo desse mar e o sol
Beija o barco e luz... Dias tão azuis...
Volta do mar, desmaia o sol,
E o barquinho a deslizar,
É a vontade de cantar...
Céu tão azul, ilhas do sul,
E o barquinho é o coração deslizando na canção
Tudo isso é paz, tudo isso traz
Uma calma de verão, e então
O barquinho vai, e a tardinha cai
Volta do mar, desmaia o sol,
E o barquinho a deslizar,
É a vontade de cantar...
Céu tão azul, ilhas do sul,
E o barquinho é o coração deslizando na canção
Tudo isso é paz, tudo isso traz
Uma calma de verão, e então
O barquinho vai, e a tardinha cai
O barquinho vai, e a tardinha cai
O barquinho vai, e a tardinha cai

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cecília Meireles

"... e de muito além do meu rosto
meus olhos te percorrerão..."

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Carlos Drummond de Andrade

A casa foi vendida com todas as lembranças
todos os móveis todos os pesadelos
todos os pecados cometidos ou em via de cometer
a casa foi vendida com seu bater de portas
com seu vento encanado sua vista do mundo
seus imponderáveis
por vinte, vinte contos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ana Cristina César

Fagulha

Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas.

Eu queria entrar,
coração ante coração,
inteiriça
ou pelo menos mover-me um pouco,
com aquela parcimônia que caracterizava
as agitações me chamando

Eu queria até mesmo
saber ver,
e num movimento redondo
como as ondas
que me circundavam, invisíveis,
abraçar com as retinas
cada pedacinho de matéria viva.

Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava.

Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava.

Eu queria
captar o impercebido
nos momentos mínimos do espaço
nu e cheio

Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las

Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.



Ana Cristina César

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Marta Vasil

Linha a linha, ponto a ponto,

com as mãos a florescer

teço rendas de fogo

enquanto o navio zarpa a trote

em rasgos de águas rubras.

No amolecimento da tarde

assomo-me ao rosto do mar,

vejo-te sombra maga e framboesa

solto sentimentos em voz rouca e refreada.

Atiro beijos ao vento

misturam-se, enlaçam-se

pintando o ar de desejo incauto.

Apagam a bonança da tarde

enquanto gaivotas

se atam no céu em lilases brancos

e tombam rosas vermelhas

nestas horas feitas de volúpias ardentes.


Prostrei-me num beijo incauto

e caí fora do tempo!

Poema de Marta Vasil, do blog: Lua Com Dona

Durmo pra sonhar

Encontrei o texto que segue por mero acaso...não faço ideia de quem é o autor e desde já as minhas desculpas ao autor por isso, mas de alguma forma identifiquei-me com estas palavras, tanto que achei que devia copiá-lo aqui:

"...e assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar... Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz. Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora, me importa simplesmente saber melhor o que fazer. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar a alguém de "Amigo". Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida". Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade. E desde aquele dia já não durmo para descansar... Agora simplesmente durmo para sonhar"

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ferreira Gullar

Agosto 1964

Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo
num ônibus Estrada de Ferro-Leblon.
Volto do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.

O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógio de lilases, concretismo,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus,
que a vida
eu compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar.

Digo adeus à ilusão
mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do horror,
retiramos algo e com ele construímos um artefato

um poema
uma bandeira

Ferreira Gullar