quarta-feira, 27 de maio de 2009

Clarice Lispector

Não é à toa que entendo os que buscam caminho,
como busquei arduamente o meu!
E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser...
o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho.
Eu que tinha querido o CAMINHO, com letra maiúscula...
hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo.
Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores...
o atalho onde eu seja finalmente eu... isso não encontrei.
Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros.
Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei:
eis o meu porto de chegada.

(Clarice Lispector)

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá querida Mari,

Que lindo isso...amei!
Andar por aqui e sempre
uma delícia!

Beijos no seu coração.

Sonia Schmorantz disse...

Decore sua alma ,
da forma mais linda que souber,
com uma poesia que lhe toque o coração,
para que na sua mudez, seja feliz,
pois alma que é, será sempre sua,
sem que ninguém no mundo a tire de você.
(Eda Carneiro da Rocha)

Desejo a você um maravilhoso final de semana,
Com muita paz e carinho.

Sônia

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Olá mari

Ainda bem que vais trazendo Clarice. Sabes, aqui em Portugal as suas obras estão esgotadas. Ando desejando ler algo dela do princípio ao fim. Os excertos que leio encantam-me.


Beijinhos