sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Oscar Wilde

Para algumas leituras é preciso que estejamos prontos para reconhecer todas as maravilhosas oportunidades de prazer e paixão que uma obra pode nos proporcionar, foi assim com O Retrato de Dorian Gray. Há muito tempo que essa obra fazia parte do meu acervo, mas só agora com
o espírito mais lapidado é que pude absorver esse romance fascinante sobre a imortalidade, a perfeição, a juventude eterna, no belíssimo enredo construido por Oscar Wilde.


O RETRATO DE DORIAN GRAY

Esse romance do maravilhoso Oscar Wilde conta a história fictícia de um jovem chamado Dorian Gray numa Inglaterra aristocrática, hipócrita e hedonista do século XIX, que se torna modelo para um quadro do pintor Basílio. Gray tornou-se não apenas modelo pela sua beleza física, mas também se tornou uma fonte de inspiração para, implicitamente no texto com forte teor homoerótico, uma paixão platônica por parte do pintor. Aí surge a figura de Lord Henry, um aristocrata muito cínico e típico da época e grande amigo de Basílio, que conhece Gray e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer. No entanto, segundo Henry, a beleza é efêmera (*coisa que eu também concordo).
Ao ver-se em seu retrato finalmente pronto, Gray exaspera-se: "Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!".E, de fato, seu desejo se realiza e Gray dedica sua vida a perseguir o tal ideal de Lord Henry.

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