domingo, 28 de junho de 2009

Contribuiçao de Poemas

Que tal contribuir com este pequeno
acervo com a sugestão de um de seus
poemas favoritos?

5 comentários:

. disse...

Convite

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Lya Luft

Beijos

Codinome Beija-Flor disse...

Essa é quase impossível de ser respndida, são vários, mas vou dizer um:


"Soneto de Fidelidade"
(Vinicius de Moraes_

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.)
Bjos

Nayane Fontes disse...

Eu topo! Que tal 'Motivo', de Cecília Meireles?

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Mari

Queres mesmo que escrevamos o poema ou basta o título e o autor?

Acho estas duas ideias muito interessantes, pena que as pessoas não tenham aderido muito. Podia vir a ser mais uma boa partilha.

Beijinho

Francine Cruz disse...

Sou muito fã do Manuel Bandeira.

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Outras dicas que deixo são os sonetos de Vinicius de Moraes e de Shakespeare.